Biografia de Michel Giacometti

08/01: Nasce em Ajaccio, Córsega.
Criado por um tio, funcionário colonial, conhece desde pequeno as paragens do Norte de África, partilhando o seu mundo de infância com crianças espanholas e árabes.
1932
Raptado, com três anos, por uma tribo, foi salvo por uma criada negra, Herratin (descendente de antigos escravos negros dos Árabes).
1947-1952
Estudos de música e arte dramática em Paris.
1950
Funda e dirige as revistas culturais e de poesia, Igloo, Ferments e Griffonnage.
1950-1954
Cria uma companhia de teatro popular e participa em três estágios de arte dramática, organizados pelo Ministère de l’Education.
1950Publica pequena brochura de versos Mélika.
1952
Colabora nas revistas Simoun e Cahiers du Sud.
1954
Interrompe os estudos na Sorbonne, em Letras e Etnografia.
É expulso de todas as universidades, por cinco anos, por participação numa greve contra a discriminação dos árabes na vida pública de Argel.
Viaja pelo norte da Europa, participando em cursos livres de etnografia na Noruega.
1955
Correspondente da Mission Française na Nova Guiné.
1956
Organiza a “Mission Méditerranée 56”, que se propunha investigar as tradições populares de todas as ilhas mediterrâneas.
1959
Vem para Portugal.
Apresenta à Fundação Gulbenkian um projecto de recolha de música tradicional portuguesa no nordeste transmontano Madalena Farinha (Perdigão) apresenta Michel Giacometti a Fernando Lopes-Graça, mediante um cartão de recomendação.
1960
27/01: A Comissão de Etno-musicologia da Fundação Gulbenkian reúne e não atribui qualquer apoio ao projecto.
23/05: Michel Giacometti comunica a Lopes-Graça que irá avançar com o projecto com apoios nacionais e internacionais.
13/10: Michel Giacometti comunica a Lopes-Graça que acaba de fundar os Arquivos Sonoros Portugueses.
1960-1970
Edita 5 discos da Antologia da Música Regional Portuguesa com a colaboração de Fernando Lopes-Graça.
1960-1983
Publica 12 obras fonográficas (24 discos consagrados à Música Tradicional Portuguesa)
1963
Autor do Filme “O Alar da Rede”, realizado por Manuel Ruas e produzido pela RTP.
1963-1983
Autor de 60 programas radiofónicos sobre a Música Tradicional Portuguesa e as suas funções (Emissora Nacional, Rádio France, BRT, WSR, Sveriges Riksradio).
1965
Inicia a colecta e estudo da Literatura Popular Portuguesa.
1966
Autor do filme “Rio de Onor uma reunião do Concelho”, realizado por Artur Moura e produzido pela RTP.
1968
Os Arquivos Sonoros Portugueses e a edição da Antologia de Música Regional Portuguesa são um exemplo do que devia ser realizado nos diversos países que têm ricas tradições originais. São um imprescindível documento para o estudo da história da música do continente europeu,
afirma Alain Daniélou, director do International Institute for Comparative Studies and Documentation (in The World of Music, vol. X, n.º 3)
1970-1973
Autor do programa biomensal da RTP o “Povo que Canta”, realizado por Alfredo Tropa, consagrado ao estudo das funções da Música Tradicional Portuguesa.
1972-1980
Investigador da Faculdade de Letras (Instituto de Geografia / Linha de Acção de Recolha e Estudo da Literatura Popular).
1975
Membro da Comissão Cultural do Organismo de Estado – Fundo de Apoio aos Organismos Juvenis (FAOJ).
Funda e dirige o Plano de Trabalho e Cultura – Serviço Cívico Estudantil.
Câmara Municipal de Setúbal aprova a instalação do Museu do Trabalho na sua cidade.
1975-1978
Membro da Comissão de Reorganização da FNAT/INATEL – Director do Gabinete de Etnografia (transformado em Centro de Documentação Operário-Camponesa).
1979
Envia proposta à Secretaria de Estado da Cultura para a criação de um Instituto de Etnomusicologia integrando os Arquivos Sonoros Portugueses.
14/02: O Museu Instrumental do Conservatório Real de Música de Bruxelas escreve a demonstrar o seu interesse na colecção de instrumentos musicais portugueses.
28/06: Escritura da cedência por parte do INATEL à Câmara Municipal de Setúbal do acervo resultante das campanhas do Plano de Trabalho e Cultura.
1980
25/02: Secretaria de Estado da Cultura solicita nova proposta a Michel Giacometti.
09/11: Envia cartas aos Museus de Haia (Haags Gemeentemuseum) e de Trondheim (Ringve Museum) a propor a venda da sua colecção de instrumentos.
1981
06/01: Envia proposta à Junta Distrital de Lisboa para a criação de um Museu de Instrumentos Musicais Populares Portugueses no Distrito de Lisboa, preferencialmente em Cascais.
02/03: Aprovada em reunião da Câmara de Cascais, por unanimidade, a aquisição das colecções de Michel Giacometti.
Publica, no Círculo de Leitores, o “Cancioneiro Popular Português”, em colaboração com Fernando Lopes-Graça.
1982
..../08: Projecto de Contrato de Aquisição dos Arquivos Musicais pelo estado Português.
29/11: Comunica à Secretaria de Estado da Cultura a aquisição da colecção de instrumentos pela Câmara Municipal de Cascais.
1985
Assinatura do acordo de utilização do Arquivo de Música Tradicional Portuguesa do Senhor Michel Giacometti e o Instituto Português do Património Cultural.
1986
01/08: É formalmente convidado para fazer parte da Comissão Instaladora da Casa Museu Verdades de Faria, Cascais.
1987
25/04: Inauguração da exposição “O Trabalho faz o Homem – Da Exposição ao Museu do Trabalho em Setúbal”, que coincide com a abertura do Museu.
18/05: Inauguração da primeira exposição de instrumentos musicais na Casa-Museu Verdades de Faria.
1989
Devido a necessidades económicas vê-se forçado a vender a sua biblioteca particular.
Aquisição pela Casa-Museu Verdades de Faria da Biblioteca especializada de Michel Giacometti.
1990
24/11: Falece em Faro a 24 de Novembro
Enterrado, a seu pedido, em Peroguarda, Alentejo.
Quando morrer, quero ser enterrado no meio do povo português que tanto amei.